Os Pilares do Kemetismo

Em Hotep Bruxinhos! ✨

Eis aqui um estudo sobre os pilares do kemetismo, do qual os egípcios baseavam suas práticas e atitudes. Bom estudo e espero que gostem!

Senebety! 😙

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O quatro era um número simbólico para os antigos egípcios e os keméticos moderno, entendido como um número de terminação. Simboliza os quatro pontos cardeais, os quatro gênios protetores dos canopos, os quatro pilares que sustentam o céu, etc. O número cinco, a soma de um e quatro, simboliza o que isso é entendido como perfeição, mas algo para monitorá-los. A estrela de cinco pontas foi usada para escrever a palavra "Seba", que traduz como " instruir, ensina também que usaram este sinal para palavra "Orar".

O Kemetismo Ortodoxo levou quatro pontos importantes da religião egípcia, representada por quatro pilares-chave do pensamento egípcio, para lançar as bases do moderno recontrucionismo. Esses pilares são:

• Netjer - A Divindade
• Nisut-bity - A instituição Monárquica
• Akhu - Os Ancestrais
• Remetj - Os Praticandes da Fé

Sendo "Ma'at" - a ordem divina, o quinto pilar o responsável por sustentar e manter juntos os  quatro. Graças à Ma'at tos os quatro pilares podem interagir em perfeita harmonia, equilíbrio e ordem. Por sua vez, cada um dos pilares são responsáveis pelos demais e pela manutenção de Ma'at.

Netjer - A Força Divina

A idéia de que religião egípcia tem que ser entendida como uma monolatria que se manifesta em um politeísmo, os antigos egípcios expressaram a divindade, ou Netjer, como uma entidade singular que expressa uma multidão de de Deuses como personificações de cada força do universo. E assim podemos entrar em contato especificamente com a manifestação, expressão divina, personificação de tal poder que queremos para aprendermos diferentes coisas.

É a força divina, da qual os Deuses e Deusas - Netjeru e Netjert - são aspectos ou Nomes, "Netjer" é o termo Kemético para Deus.

É normalmente usado em referência ao Auto-Criado - a fonte da divindade a partir da qual os Nomes (os Muitos deuses e deusas) brotam. Você pode ver Netjer referido como Netjer e Deus em Kemetic Orthodoxy. "Deus", a menos que o contexto seja claramente declarado sobre outra religião, deve ser entendido como o mesmo que "Netjer". Fonicamente, o Netjer é escrito "nTr" (o "T" maiúsculo significa um som "tj" - em uma fonte de transliteração totalmente realizada, isso seria em minúsculas e sublinhado). Porque nem todos estão cientes de que o "t" com uma linha sob ele, ou maiúscula no sistema Manual de Codificação de transliteração hieroglífica, representa o som "tj" e não apenas um som "t", você pode ver outras grafias para Netjer, incluindo "neter", "ntr" e até "necher" na  Ortografia Kemética Ortodoxa preferida, como nos é fornecida por Nisut (AUS), é Netjer.

Mais explicações podem ser encontradas aqui. Quando nos referimos a vários aspectos de Netjer, os "antigos deuses e deusas egípcios", nós os chamamos de "Nomes", sugerindo que, enquanto um Nome é uma personalidade distinta e um deus individualizado Ser, também é ainda um aspecto da Divindade Única.

Com menos frequência, também podemos usar "Netjeru" - Deuses, o plural de Netjer, ou "Netjert" - Deusa, o feminino de Netjer. Por Exemplo, eu sou filha da Netjert-Sekhmet e do Netjeru-Set.

Nisut Bity - O líder espiritual

Os antigos egípcios reconheciam o faraó como  a encarnação de Hórus na terra, este era a ponte viva entre Netjer e os Remetj, Deus e toda a aldeia de Kemet estava sob su autoridade, assim como os habitantes,animais e riquezas naturais de toda a terra.

Era também o representante de todo o estado egípcio, o clero, o exército e seus funcionários dependiam dele e por isso o monarca era também o sumo-sacerdote do clero, que realizava rituais diários do ofício divino e as nomeações de outros sumo sacerdotes. A construção de templos e objetos sagrados dependiam dele, era também comandante e chefe de todos os exércitos assim era capaz tanto de declarar guerra quanto a paz. Sua palavra era considerada sagrada e seus decretos eram lei, mas antes de tudo, o faraó era o principal agente encarregado de manter o funcionamento correto da ordem divina (Ma'at) em todo universo.

Hoje, o kemetismo ortodoxo reconhece Tamara L. Siuda como a Nisut-Bity da religião, como a encarnação do Ka Real. Foi coroada no próprio Egito no ano de 1996, porém no kemetismo ortodoxo o Nisut não é considerado uma divindade ou que receba algum tipo de adoração ou veneração, e sim uma líder espiritual sem qualquer peso político ou divino.

* Nisut e uma forma abreviada do termo Kemético "Nisut-bity",  cujo significado é" A única e maior autoridade,Rei Abelha ". O junco (planta de pântano) e a abelha são os totens de Kemet Superior e Inferior, respectivamente, e, portanto, um Nisut é a pessoa que é sacerdote e governante mais alto da terra (e, simbolicamente, apenas) - alguém que você conheça melhor como Faraó (um termo hebreu impreciso derivado do nome Kemético para o palácio de Nisut, Per-a'a ou "Grande Casa").

* Pronuncia-se "nee-SOOT".

Akhu - Os ancestrais

Nossos ancestrais, ou quem os egípcios chamavam de "Akhu" ("Aqueles que Brilham"), são aqueles que depois de ter demonstrado boas ações ao longo de suas vidas, conseguiram ser reconhecidos como "justificados" pelo Deus Wesir e sua corte de 42 Deuses do submundo. De acordo com a mentalidade egípcia, os falecidos vão para "Amenti" ou o Ocidente, onde continuam sua existência com uma vida semelhante à vida que tiveram na terra.

Os vivos mantinham um culto de adoração aos seus parentes falecidos, colocando ofertas em suas capelas mortuárias e oferecendo-lhes libações de água fresca para atender as necessidades. Os egípcios recorriam aos akhu diariamente para pedir orientação para os problemas cotidianos, e eram gratos por ter suas representações em seus altares de suas casa. Acreitava-se que os Akhu teriam o poder da fala (ou "heka"), eles poderiam viajar através de mundos invisíveis e entrar em contato com os vivos para orientár-nos.

Dentro do kemetismo ortodoxo, a veneração aos antepassados ocupa um lugar importante. No kemetismo moderno continuamos esta tradição que liga o passado com o presente e o futuro, segurando juntos as gerações e reconhecendo o valor que os antigos ensinamentos e as pessoas que as trasmitiram têm no tempo presente.

Remetj's - Os Praticantes Keméticos

Os egípcios descreveram-se como o povo escolhido por Deus para serem os agentes a manter Ma'at no mundo. Cada egípcio dedicou sua energia diariamente para seguir "O caminho de Ma'at", fazendo boas ações abençoando com seus atos e palavras para si mesmo e para toda a terra de Kemet. Textos sapienciais, ou de sabedorias, ajudaram a manter e honrar as tradições e os bons hábitos que mantinham o equilíbrio e as ordens justas.

Os egípcios não eram permitidos testemunhar os ofícios realizados nos templos pelos sacerdotes, mas sim para realizar rituais domésticos, rezar nas capelas e participar dos grandes fetivais celebrados aos Deuses. O Kemetismo Ortodoxo dá o nome de remetj a todas as pessoas que, uma vez terminadas o curso de iniciação à fé ditada pela Casa de Netjer, eles se tornam membros da comunidade kemético ortodoxo.

Se um Remetj desejar, ele pode solicitar o ritual de adivinhação espiritual (que é realizado pelo Nisut AUS) que irá revelar a identidade de seus pais espirituais. Se for de sua vontade o remetj pode se dedicar ao culto específico de seus pais espirituais e tornar-se "Shemsu" ou "seguidor" dessas divindades específicas. O candidato então faz os votos em uma cerimônia durante a qual recebe seu nome Kemetic, que marca o início de sua jornada espiritual como Shemsu do Kemetismo Ortodoxo.

Os antigos keméticos valorizaram sua comunidade. A sociedade egípcia, que muitas vezes poderia parecer rígida, era uma comunidade que se apoiava mutuamente,  permitindo jamais alguém ser solitário. Dessa forma, podemos ver que os antigos keméticos eram pessoais sociáveis, que davam importância em sua comunidade e a sua família e isso era uma das bases de toda a cultura egípcia. Assim, não poderia ser diferente na Ortodoxia Kemética, que busca resgatar os mesmos valores da antiguidade, buscando assim formas não só de praticar a fé, mas formas de vida e ética.

Seja comunal em sua mentalidade. O kemetismo é sobre grupos e não sobre indivíduos. Buscar uma comunidade maior pode ajudá-lo a praticar melhor sua fé. Traga sua mentalidade comunitária para sua vida cotidiana. Seja um bom membro da equipe no trabalho ou na escola e tente trazer coisas positivas para sua comunidade. Seja voluntário em sua comunidade, doe comida extra ao seu banco de alimentos local e forneça ajuda aos necessitados. Procure por um grupo na sua área. Um grupo estabelecido deve ter um sacerdote treinado que conheça as práticas antigas, que foram bem preservadas nos livros e nas paredes do templo. O sacerdote realizará as cerimônias antigas em um santuário comunitário ou templo.

A comunidade faz parte de um dos 5 pilares da fé Ortodoxa Kemética, possuímos um sistema hierárquico consolidado, que em nenhum momento elucida uma desigualmente entre os praticantes, mas é simplesmente uma forma de organização. Em nenhum dos “graus” os praticantes se tornam melhores que os outros, ou ficam mais perto de Netjer, de forma alguma, as nomenclaturas só definem o envolvimento da pessoa com a religião, são na verdade quem possui mais obrigações dentro da comunidade. Existe um incentivo de respeito mutuo entre todos na fé, e é esses respeito, amor, dedicação e união de todos da comunidade que fortalece os pilares da religião.

A comunidade é divida em Remetj que na tradução e “O Povo” que são todos os que fizeram o curso inicial denominado Zep-Tepi mas que não possui um envolvimento grande com a religião; em Shemsu que na tradução seria “Seguidores” de Netjer e do Rei são aqueles que se dedicam a Ortodoxia Kemética e passam pelo Rito Divino Parental (em inglês: Ritual Parent Divination) ou simplesmente RPD; Shemsu-Ankh que traduzindo é “Servos que Jura” que são aqueles que possui uma total dedicação a Ortodoxia Kemética e passam por um ritual especifico de iniciação; Shemsu-W’ab que traduzindo é “Servos da Pureza”; Imakhu que traduzindo são os “reverenciados” que são os sacerdotes de fato, podemos ser também os administradores da religião em certas localidades.

Assim como na antiguidade, não tem como um ortodoxo kemético praticar a fé sem comungar com a comunidade. Mas como isso acontece uma vez que não somos mais uma nação com um local definido no mapa? Como unir e criar laços uma comunidade que na atualidade está espalhada por todo o globo terrestre, divido pela geografia e muitas vezes divididos pela língua? A Internet é a chave para essa questão, onde na fé, temos os eventos offline e os eventos online que sua maior intenção é unir a comunidade num laço familiar. Os eventos Offline são aqueles encontros fora da internet, seja no Templo em Illinois – EUA onde fica a sede da House of Netjer e a Casa Tawy onde muitas vezes abriga grande encontros de comunhão como o Wep Ronpet que é o ano novo kemético.

Esses eventos também podem acontecer em lugares onde possuem a oportunidade de terem encontros seja para ritos, comemorações de festivais ou até mesmo uma simples comunhão de idéias. No entanto, o maior encontro de keméticos está na internet, onde por meio de diferentes chats quase que diários, membros da fé tem a oportunidade de conversar, tirar duvidas e aprender. Todavia, esses chats são todos em inglês, o que em certos casos, pode dificultar o dialogo, mas em momento algum pode servir de empecilho para a prática da fé, pois todos nos somos uma única família.

*Use o Google para procurar templos ou santuários em sua área. Experimente sites como o meetup.com ou o Facebook para procurar grupos comunitários menores que ainda podem realizar rituais ou viajar em grupo para um templo em uma área próxima.

Ma'at - O princípio Kemético

Em seu conceito, Ma'at é complexa, nela existe o conceito das ordens cósmicas que mantém a harmonia e o equilibrio universal. Ela foi estabelecida assim que Netjer se manifestou criando o todo, essa ordem de origem divina deve ser preservada, respeitada e mantida. Os Netjeru e seres humanos tem o dever em fazer a manutenção dessas ordens, pois a ignorância leva o mesmo ao mau caminho mesmo que no pensamento egípcio não exista o conceito de pecado, como religiões semíticas, acreditamos que maus hábitos, atos e sentimentos ruins levam a cometer atos aberrantes e devem ser punidos para impedir o avanço do caos (Asfet), com a consequência do desiquilíbrio da pessoa.

Os princípios de governança corporativa são parte integrante da sociedade e garantia de ordem pública. Para atender às necessidades complexas do estado emergente do ensino, os povos devem se manter em harmonia com os princípios de ordem, para manter a harmonia e manter uma harmonia cósmica. Os princípios de manutenção da ordem, que são acompanhados pelos egípcios em obediência a Maat, tornaram-se uma base da lei egípcia. Desde os primórdios, o rei é eleito como "Senhor de Maat", que decretou com sua boca.

A religião egípcia não tem textos de liturgia, somente textos de ensinamentos (como os escritos por Ptahhotep, Kagemni, Any ...), com os quais foram instruidos de geração em geração. Além dos textos, os humanos da antiguidade tinha que confiar em sua sensatez para não se desviar da verdade. Essa antiga sabedoria é levada em conta pelos keméticos modernos da fé ortodoxa; a esse conhecimento é adicionado uma busca constante de informações que cada Remetj (praticantes) realiza por si mesmo. O Nisut também traz conhecimentos valiosos que atingem à comunidade kemética.

Entre as muitas fontes de conhecimento, os Remetj's e Shemsu's podem escolher entre diferentes livros de egiptologia, história, ensaios científicos e especializados. Os livros de ficção, como os romancrs históricos estabelicidos nos tempos faraônicos, os livros de ufologia, espiritualismo, nova era e outros tópicos relacionados à parapsicologia por não concordar com as crenças keméticas ortodoxas; e estudar os hieróglifos é, de fato, interessante, pode ser útil para entender melhor os antigos textos e usar na magia faraônica.